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Teatro feminista contra a violência

A (Em) Companhia de Mulheres é um coletivo de pesquisa teatral feminista composto pelas atrizes e arte-educadoras Meire Silva, Priscila Mesquita e Drica Santos. Criado em 2010 em Florianópolis, o coletivo foi apoiado pelo Fundo Fale Sem Medo com o projeto “Boneca de Pano circulando na campanha 16 dias de ativismos pelo fim da violência contra as mulheres”.
 
O apoio viabilizou a realização de dez apresentações do espetáculo "Boneca de Pano", que aconteceram em novembro e dezembro de 2014. As apresentações foram acompanhadas de diálogos sobre a violência contra as mulheres e distribuição de cartilhas informativas sobre a Lei Maria da penha. A ação integrou a programação da "Campanha 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra as mulheres" e teve como público–alvo estudantes de Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA) de escolas públicas de Santa Catarina. Como ingressos para a peça, o coletivo solicitou produtos de higiene pessoal que foram doados a abrigos de mulheres em situação de violência.
 
Rosimeire da Silva, uma das idealizadoras do projeto, ficou surpresa com o envolvimento do público: "A participação dos educandxs e educadorxs nos diálogos foi surpreendente, usando o espaço e o tempo de discussão que foi aberto como assembleia, apresentando seus questionamentos, suas experiências, suas indignações, inquietações e anseios por mudanças de comportamentos", conta. "Como uma das idealizadoras do projeto, atriz e educadora, sinto-me realizada com a execução da ação que obteve todo o êxito esperado. Acreditando no potencial do teatro feminista e do coletivo realizamos as apresentações com a devida qualidade artística que estamos desenvolvendo nas nossas pesquisas práticas".
 
 
Priscila Mesquita concorda com a parceira de trabalho e destaca a importância da capacitação realizada pelo Fundo Elas e da troca com as outras organizações apoiadas. "Nossos resultados foram além daquilo que prevíamos na escrita do projeto. Eu não imaginava a dimensão e a intensidade que seria a troca proporcionada pelo contato com as idealizadoras dos outros projetos contemplados, o que contribuiu para o meu amadurecimento pessoal e profissional e do nosso coletivo. Estar em contato com mulheres tão diferentes e com um mesmo propósito, o “Elas pelo fim da violência”, ajudou a me fortalecer e continuar acreditando nesta causa. Tenho a certeza de que nossa ação foi muito mais proveitosa em função dos encontros que aconteceram durante o I Diálogo Nacional sobre a Violência Doméstica".  
 
A professora Jaqueline Santos Duarte aprovou a iniciativa: "Sou professora e coordeno um núcleo de prevenção ao uso de drogas no Instituto Estadual de Educação de Santa Catarina. A participação dos nossos alunos no projeto da (Em) Companhia de Mulheres foi muito importante. Como professora, sei que é fundamental discutir a questão da violência contra a mulher na escola, principalmente usando linguagens mais envolventes como o teatro, como fez o projeto. Os alunos precisam ir além do ambiente escolar tradicional, ter outras experiências e discutir questões que vivem com suas famílias e em seus cotidianos, como a violência contra a mulher. Frequentemente encontramos barreiras para realizar essas ações, já que ainda é forte a ideia de que fora da sala de aula tradicional os alunos não estão aprendendo. Precisamos de mais atividades como essa, em que podemos trabalhar com a escuta e afetar os jovens. Foi super pertinente abordar essa temática na forma teatral".
 
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