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Mulheres negras e quilombolas pelo fim da violência

O projeto “Desperta Preta! Para o enfrentamento à violência doméstica” é um dos 20 projetos apoiados atualmente no Fundo Fale Sem Medo, parceria do Fundo ELAS e do Instituto Avon pelo fim da violência contra as mulheres. Iniciativa do Grupo de Conscientização Negra Omnirá – GCONO, o projeto visa empoderar mulheres negras urbanas e quilombolas para o enfrentamento à violência doméstica e estimular sua organização política e social.
 
Estão sendo realizadas oficinas com mulheres negras urbanas e quilombolas dos municípios de Serrano do Maranhão e Cururupu, nos territórios quilombolas de Águas Mortas, Fortaleza, Iteno, Vinagreira, e nos bairros de Três Corações, Fátima e São Benedito. “Além da discussão sobre a temática do racismo e da violência contra a mulher, são realizadas atividades de estética, penteados afros, uso de turbantes e ensaios fotográficos possibilitando a elevação da autoestima das mulheres”, diz Jocelia Pinto, coordenadora do projeto.
 
Em Salvador, a Associação Beneficente Cultural Carnavalesca Amuleto tem atuado com mulheres assistidas pela Ronda Maria da Penha no Pelourinho e em Periperi, subúrbio ferroviário de Salvador. Além de realizarem atendimento psicológico e jurídico para mulheres em situação de violência, elas promovem capacitações com agentes da Ronda Maria da Penha e da Polícia Civil.
 
“Por conta do Julho das Pretas, as sessões dos dias 17 e 27 de julho serão diferentes: além dos atendimentos, tiraremos uma hora para uma parte lúdica, com oficina de artesanato e oficina com grafiteiras. Isso é importante para poder acolher, dar uma distraída, relaxar um pouco e diminuir a tensão a que estão submetidas essas mulheres. Elas tocam, cantam, é outro clima”, conta Rosy Mary Jesus, 56, coordenadora do projeto. No dia 17 a atividade acontece na sede da Ronda Maria da Penha de Periperi, e no dia 27 no Pelourinho – na sede do Afoxé Filhas de Gandhy (acolhimento) e na Oficina de Investigação Musical (parte lúdica).
 
“Na Bahia são quase dois casos diários de violência contra a mulher, muitas vezes com feminicídio. Infelizmente nosso estado está como terceiro de maior taxa de violência contra a mulher, segundo o Mapa da Violência. E aqui a gente ainda tem o diferencial por termos um maior contingente de mulheres negras”, diz Rosy.