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Enlaçando homens pelo fim da violência contra a mulher

“Enlaçando homens pelo fim da violência contra a mulher” é o projeto que o Instituto Papai desenvolve com apoio do Fundo Fale Sem Medo. A iniciativa visa promover ações educativas para grupo de adolescentes homens, com foco na sensibilização para o enfrentamento e prevenção à violência contra a mulher, engajando-os em uma campanha de comunicação para mobilizar outros homens pelo fim da violência contra a mulher.

“Estamos realizando uma ampla formação com um grupo de 23 adolescentes com idades entre 13 e 17 anos, em que discutimos questões de gênero, igualdade, masculinidade, direitos sexuais e reprodutivos – diversos temas, com foco na prevenção da violência contra a mulher”, explica Mariana Azevedo, coordenadora do projeto.

O projeto atua na Várzea, bairro de Recife (PE), onde o Instituto Papai tem uma longa trajetória de atuação. Iniciativa pioneira na América Latina, o Instituto PAPAI foi fundado em 1997 com a proposta de refletir sobre a invisibilidade da experiência masculina no contexto da vida reprodutiva e no cuidado com as crianças.

Os jovens participantes da formação são mobilizados nas escolas da região: “Lançamos a convocatória em escolas e organizações parcerias da comunidade, e os garotos se inscreveram. A formação completa começou em março e vai até final de ano, são dois encontros presenciais por semana no contraturno escolar. É trabalho bem intenso”, conta Mariana.

Transformar a visão dos jovens sobre gênero e masculinidade é um grande desafio, mas o retorno está sendo positivo: “A gente pega meninos muito jovens, desde 13 anos, eles chegam com vários preconceitos e reproduzindo tudo que a sociedade diz pra eles sobre o que é ser homem. Mas está sendo bem interessante, temos investido em trabalhos que mexam mais com o corpo, atividades lúdicas, teatro, vídeos, com oficinas participativas, já que eles são jovens e têm muita energia pra gastar. É um trabalho de médio e longo prazo. A frequência tem sido boa, não temos muito evasão”.

Para o sucesso da iniciativa, a coordenadora do projeto destaca também a importância do envolvimento das famílias dos jovens. “Temos nos aproximado das famílias, fizemos visita domiciliar, também para entender melhor o contexto desses jovens”.

Após a formação, os adolescentes farão ações de comunicação para disseminar as informações aprendidas, multiplicando a formação com pares nas escolas da região, que será programada para a campanha dos 21 dias de ativismo, de que faz parte o 6 de dezembro, O Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres.

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